quinta-feira, 3 de junho de 2010

Brasileiro já pagou R$ 500 bilhões de impostos este ano


Marca foi atingida ontem, três semanas antes do que em 2009
O brasileiro pagou até ontem meio trilhão de reais em impostos federais, estaduais e municipais. A marca chegou três semanas mais cedo que no ano passado, quando os R$ 500 bilhões só foram atingidos após o São João. O pernambucano, este ano, já pagou R$ 3,3 bilhões.
Diante de tanto dinheiro pago por empresas e cidadãos comuns, empresários e especialistas criticaram ontem as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal), terça-feira passada. Ele criticou países com baixa carga tributária e atrelou boas políticas sociais a um nível alto de impostos.
Ano após ano, o governo tem recordes de arrecadação. Os números do que foi recolhido em tributos, citados no início deste texto, são do Impostômetro, criado pela Associação Comercial de São Paulo e Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário justamente para discutir o peso fiscal brasileiro.
“Quem tem carga tributária de 10% não tem Estado. O Estado não pode fazer absolutamente nada”, disse Lula, citando depois países com carga alta, mas exemplos de boa prestação de serviços públicos: Estados Unidos, Alemanha, França, Suécia e Dinamarca. “E os que têm a carga tributária menor não têm condições de fazer absolutamente nada de política social”, emendou.
O sócio-diretor da PricewaterhouseCoopers, Gilberto Bagaiolo, observa que as análises com base apenas em dados deixam de levar em conta a qualidade dos resultados.
“Nossa carga tributária é pesada diante da ineficiência do gasto público e baixa qualidade da tributação. No Brasil, o imposto é sobre produção, encarece produtos, reduz consumo e gera menos emprego. Na Alemanha e Suécia, o imposto é sobre a renda, chega a 50%, 60%. Aqui, se paga saúde e educação públicas e depois saúde e educação privadas, o que encarece tudo”, afirma a presidente do Instituto Pernambucano de Estudos Tributários, Mary Elbe Queiroz.
Há ainda casos de corrupção e desvios de recursos. “É claro que é alarmante o desperdício de dinheiro público. Mas cabe à sociedade fiscalizar o gasto e exigir eficiência”, destaca Ivo Pedrosa, professor de economia e especialista em tributação.

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